O ministro Reynaldo Soares da Fonseca, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), decidiu manter, nesta segunda-feira, suspensa uma ação contra a empresária Maria Cristina Boner Leo, ex-mulher de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro , na qual o Ministério Público do Distrito Federal imputa à empresária 168 acusações por corrupção passiva e 21 por lavagem de dinheiro.
Na decisão, o ministro devolveu a ação ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) para que o mérito seja decidido.
“Concedo a ordem de ofício, para confirmar a liminar, mantendo o sobrestamento da Ação Penal n. 0012400- 86.2014.8.07.0001, em curso na 7ª Vara Criminal de Brasília, com relação à paciente, até que o Tribunal de origem analise, em definitivo, o mérito do writ lá manejado”, escreveu Fonseca.
A ação penal é derivada da operação Caixa de Pandora da Polícia Federal, que em 2009 identificou um esquema de pagamentos de propinas por empresários interessados em contratos com o governo do DF. Boner foi denunciada a partir da colaboração premiada do delegado Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do DF.
Conhecida como “mensalão do DEM”, a investigação também mirou o ex-governador José Roberto Arruda, marido da ex-ministra Flávia Arruda, da Secretaria de Governo de Bolsonaro, além de outros sete réus, entre eles o próprio Durval Barbosa e o ex-vice-governador do DF, Paulo Octávio.
Em dezembro, durante o recesso do Judiciário, o presidente do STJ, ministro Humberto Martins, havia acolhido, em decisão liminar, um pedido da defesa de Boner, que alegou que a empresária já havia sido absolvida das acusações de improbidade administrativa derivadas da mesma operação da PF, e que, por isso, deveria também se livrar das imputações criminais. Os advogados também alegaram que as acusações contra a empresária se baseavam apenas na delação de Durval Barbosa, o que consideravam insuficiente para processá-la.
Conforme O GLOBO revelou em junho de 2020, o governo federal suspendeu uma multa de R$ 27 milhões aplicada a um consórcio de empresas — entre as quais a Globalweb Outsourcing, fundada por Boner — que não entregou os serviços previstos em um contrato de 2014 com a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), órgão subordinado ao Ministério da Economia.
Outra empresa ligada à empresária, a Computsoftware Informática, que teve Boner como sócia, vendeu uma caminhonete Land Rover para o presidente Jair Bolsonaro em 2015, quando ainda era deputado federal.
O candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes , afirmou nesta quarta-feira que deve propor, caso seja eleito, um programa de renda mínima de R$ 1 mil reais para famílias de baixa renda. Segundo o pedetista, o benefício substituiria o Auxílio Brasil, cujo valor hoje é de R$ 600 reais. O presidenciável disse que os cálculos feitos por sua campanha indicam que será possível aumentar o valor do benefício social.
A proposta de um programa de transferência novo já havia sido anunciada pelo presidenciável durante o período da pré-campanha e consta no programa de governo do pedetista, divulgado na terça-feira. No entanto, Ciro ainda não tinha informado qual seria o valor do auxílio.
“Esse programa de renda mínima, nossos primeiros ensaios estão chegando à possibilidade de nós chegarmos a R$ 1 mil por domicílio para todas as famílias carentes do Brasil”, disse Ciro, durante um evento de entidades de auditores fiscais, em Brasília.
O pedetista, no entanto, não informou quantas pessoas seriam beneficiadas pelo programa.
Para custear o programa, Ciro quer unificar o Auxílio Brasil, sucessor do Bolsa Família, com os demais benefícios sociais, como a aposentadoria rural e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Além disso, pretende conseguir o restante dos recursos com a taxação de grandes fortunas, que seria implementada após a reforma tributária defendida por Ciro. O pedetista defende uma alíquota de, no mínimo, 0,5% sobre bens acima de R$ 20 milhões.
Pelas contas do presidenciável, a medida, que atingiria cerca de 60 mil contribuintes, pode gerar aproximadamente R$ 60 bilhões em receita. Seria com esse montante que Ciro custearia seu programa de renda mínima.
Nesta quarta-feira (10), o jornalista Glenn Greenwald contou que o seu marido, o deputado federal David Miranda (PDT), está internado em estado grave na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de um hospital no Rio de Janeiro. O parlamentar foi hospitalizado no último sábado (6).
Em vídeo publicado nas redes sociais, Gleen relatou que o deputado foi a um evento e passou a sentir fortes dores na região do estômago. Por causa disso, ele precisou ser encaminhado a uma emergência, causando preocupação em toda a família.
“Nas 48 horas seguintes nada melhorou, tudo estava piorando, estado grave (…) Hoje foi o primeiro dia que as coisas pararam de piorar, os exames estão mostrando algumas melhoras”, contou o jornalista.
“David continua internado no hospital, na UTI, com uma série de complicações envolvendo uma infecção. O que quer que acredite, quaisquer pensamentos, orações, amor serão apreciados. David é a pessoa mais forte que conheço e está lutando como sempre, mas poderia usar todo o apoio”, explicou Green.
Atualização sobre a situação do David: David continua na UTI em estado grave, mas as últimas horas mostraram os primeiros sinais de melhoria no quadro dele, o que nos deixa mais otimistas. Nossa família agradece muito todas as mensagens de carinho e apoio. Estamos juntos. pic.twitter.com/2N1n7QOCkM
David já tinha relatado que estava internado em um hospital, publicando um vídeo na cama. Ele lamentou que não teve a oportunidade de participar da Parada LGBT de Niterói e que estava se cuidando.