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Mato Grosso

Que Ouvidoria queremos?

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A possibilidade da utilização das ouvidorias como mediadoras das demandas da população ainda não é tão difundida como deveria, mesmo que importante parcela da sociedade as reconheça como um valioso instrumento de solução pacífica de conflitos.

É sabido que as formas de solução de querelas em vigor no país exauriram-se em sua capacidade de promover a pacificação, a tanto que o legislador já produziu normas incentivadoras de arbitragem, quando os contendores buscam livremente os acordos. O próprio Código de Processo Civil em vigor desde 2015 estimula a mediação e a conciliação, como formas de solucionar controvérsias com brevidade, dando a estas a função de valor e norma fundamental do processo civil (art. 1º, §3º).

As ouvidorias são de alta relevância na atividade privada, como forma de oferecer atenção “customizada” ao consumidor, resolvendo sobre defeitos em produtos ou na prestação de serviços, de forma que a empresa pode fidelizar sua clientela, quando se mostrar eficiente na solução de uma reclamação de consumo.

Todavia acreditamos que as ouvidorias ganham ainda maior importância no setor público, como instrumento de contato entre a população e a gestão pública. No Estado de Mato Grosso, a Ouvidoria Geral vinculada ao Poder Executivo (especificamente na estrutura da Controladoria Geral do Estado, conforme dicção do art. 3º da Lei Complementar nº 5508/2014), é o meio para que a população faça a reclamação, denúncia, elogio, ou apresente um pedido de informação.

O marco regulatório das Ouvidorias Públicas estaduais em referência é, principalmente, a Lei Complementar nº 162, de 29 de março de 2004, e a Lei Complementar nº 550, de 27 de novembro de 2014. Por dever imposto através de normas federais, a mesma unidade responde aos ditames da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação), e à Lei Complementar nº 131, de 27 de maio de 2009, conhecida como Lei da Transparência.

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A Lei Complementar estadual nº 162/2004 prevê em seu artigo 2º algumas das competências das ouvidorias públicas, e entre eles se destacam a atuação “na defesa dos direitos e interesses individuais e coletivos”, a possibilidade de tomar “iniciativas para correção de atos e omissões, ilegais ou injustos, cometidos no âmbito do Poder Executivo Estadual”, e a função típica: “receber reclamações ou denúncias que lhe forem dirigidas e encaminhá-las para a solução aos órgãos competentes, para as providências cabíveis”.

Logo, se percebe que há um longo caminho a ser percorrido pelas Ouvidorias Públicas (no caso de Mato Grosso são Ouvidorias Setoriais do Setor Público), para que seja implementada a plenitude de sua atuação.

Existem diversos perfis de ouvidorias, que pode ser de atuação interna ou externa. No primeiro caso ela é o instrumento interno de “ombudsman”, e serve aos membros de uma corporação internamente. As ouvidorias externas são essas que a gente vê estampadas em veículos oficiais, e nos portais dos órgãos públicos.

No caso do Poder Executivo de Mato Grosso as Ouvidorias Públicas são acionadas pelos telefones 162 com curso de ligação local, pelo 0800 647 1520 e a ligação é gratuita. Nos próximos dias o cidadão pode acionar a Ouvidoria pelo whatsapp 98476 6548. Há também a opção de demandar por meio dos links presentes nos portais de todos os órgãos públicos, que aciona o sistema conhecido como “Fale Cidadão”.  

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O primeiro modelo de Ouvidoria Pública a que se tem conhecimento surgiu em 1809, na Suécia, com o objetivo de receber e encaminhar as queixas dos cidadãos contra os órgãos públicos. Foi ali que nasceu o termo “ombudsman” que, em sueco, significa “representante do povo”. Depois o modelo se ampliou pela Europa, em Portugal o Ouvidor ficou conhecido como Provedor, e na França o termo é traduzido como “mediateur”. Na Espanha o Ouvidor ficou conhecido como Defensor del Pueblo.

Na Constituinte de 1988, segundo informa o professor Rubens de Pinto Lyra, autor da obra “A Ouvidoria Pública no Brasil – modelos em disputa”, houve um confronto entre os defensores da estruturação de ouvidorias, e alguns membros do ministério público, com a prevalência destes últimos. Deste então, algumas das funções que seriam do “ombudsman” ou defensores del pueblo são exercidas pelos órgãos do ministério público.

Portanto, há diversos modelos de ouvidorias no setor público, que o Estado de Mato Grosso pode consolidar como elo de atenção para com a população, servindo de canal de solução célere pacífica das controvérsias e demandas. Aproveitando que dia 16 de março se comemora o Dia do Ouvidor, interessante a reflexão sobre os modelos que mais se afeiçoam às necessidades da nossa população.

Vilson Pedro Nery

*Vilson Pedro Nery é auditor do Estado lotado na CGE-MT e exerce as atribuições de ouvidor-geral do Estado.

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Vencedora de pregão milionário no DSEI Cuiabá fornece carros antigos e ‘de terceiros’

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Licitação é amplamente contestada; denúncia aponta que servidora terceirizada ‘comandou’ certame.

O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) de Cuiabá está na mira dos órgãos de controle. Uma ex-servidora que se apresentava com responsável pelo setor jurídico do órgão e contratada a pedido do ex-coordenador A.G. junto a empresa Império Terceirização teria ditado as regras desde a sua admissão em janeiro desse ano e até mesmo após sua demissão ocorrida no começo de abril, com participações em reuniões on-line junto a empresa vencedora do certame.

O principal foco da ex-servidora N.A.A. foi no processo licitatório que ocorreu em fevereiro de 2025, referente a locação de veículos pick-ups e vans novos 0km, cujo valor é de R$ 54 milhões. Segundo denúncias, desde sua chegada, a servidora terceirizada demonstrou que iria favorecer alguma empresa, pois houve trocas relevantes no Edital e no Termo de referência do pregão 90024/2024.

Nesse meio tempo, o ex-coordenador A.G fez troca do experiente pregoeiro L.R.D. para o novato Z.M.A. Mesmo com recursos apresentados pelas demais empresas participantes do certame demonstrando que os valores apresentados seriam inviáveis para execução de todo contrato, a comissão de licitação homologou a proposta. A denúncia ainda cita que a comissão de licitação formada pelos servidores efetivos Z.M.A., pregoeiro; L.R.D. agente de licitação; e A.L.L.B. contadora, teria apenas ‘seguido as ordens’ da bacharel em Direito, que inclusive é ex-primeira dama do município de Barra do Garças.

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Recentemente, parte dos veículos contratados foram entregues ao órgão com diversas irregularidades, principalmente no que se refere aos documentos dos carros. O contrato assinado entre as partes previa veículos pick-ups e foram entregues veículos de vários donos (proibido subcontratação conforme item 4.4 e 5.1.2.18.1 do termo de referência e do item 4.1 do contrato), com variação de marcas e modelos (Doblo, Ônix, T-Cross e van) e usados.

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 Trecho do edital que prevê características dos veículos a serem fornecidos para o DSEI Cuiabá

Além disso, os veículos não eram novos, como previsto no edital. Eles variam o ano de fabricação entre 2017 e 2025. Vale a pena informar que cada veículo contratado pelo órgão foi no valor de R$ 8.250,00, muito acima do valor de mercado. Por exemplo, licitação realizada pelo Governo do Estado para veículos considerados populares, foram finalizadas com o valor unitário de R$ 2.230,00.

A denúncia foi protocolada em órgãos de controle – como Tribunal de Contas da União (TCU), Ministério Público Federal (MPF) e na Polícia Federal (PF). Os órgãos deverão instaurar investigação sobre a denúncia.

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fonte – midiajur

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Mato Grosso

Reúnem em Brasília para tratar de pautas estratégicas ligadas à agricultura, pesca e articulação política da Educação

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O secretário Silvio Fidélis e o vereador Charles da Educação realizou uma série de encontros estratégicos em Brasília com autoridades do governo federal. A agenda teve início com uma reunião com Irajá Lacerda, Secretário-Executivo do Ministério da Agricultura e Pecuária, para discutir iniciativas voltadas ao fortalecimento do setor agropecuário, com foco em investimentos, modernização e ampliação de políticas públicas para o campo.

Na sequência, o grupo foi recebido pelo Ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula. Durante a visita, foram abordadas oportunidades para impulsionar o desenvolvimento sustentável da pesca artesanal e industrial, além de programas voltados à capacitação e geração de renda para comunidades pesqueiras em diversas regiões do país.

Encerrando o dia de compromissos, houve uma visita ao Secretário de Assuntos Parlamentares da Presidência da República, André Ceciliano. O encontro teve como objetivo estreitar o diálogo entre os poderes Executivo e Legislativo, visando a construção de uma agenda positiva que atenda às demandas dos estados e municípios, com foco em parcerias e projetos de interesse coletivo.

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As reuniões reforçam o compromisso com o desenvolvimento regional e a busca por soluções integradas que unam o setor produtivo e o poder público em prol do crescimento econômico e social do Brasil.



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Parque Berneck – Várzea Grande

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