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Agronegócio

Produtores de cana podem ter participação nas receitas de créditos de carbono

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Os produtores de cana-de-açúcar podem estar prestes a conquistar um marco histórico: uma participação de 60% nas receitas geradas pela venda de créditos de carbono oriundos da produção de biocombustíveis.

O Senado aprovou na semana que passou o projeto de lei que altera as regras da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) para incluir essa redistribuição de ganhos. A proposta, que já passou pela Câmara, segue agora para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A medida busca valorizar os produtores rurais, reconhecendo o papel estratégico da cana-de-açúcar na redução de emissões de carbono e no fortalecimento da sustentabilidade do setor. Pela nova regra, cada Crédito de Descarbonização (CBIO), equivalente a uma tonelada de carbono que deixou de ser emitida, terá 60% de sua receita destinada aos produtores da matéria-prima utilizada na produção de biocombustíveis.

O projeto também prevê multas severas para as usinas que descumprirem a obrigação de repasse aos produtores. As penalidades variam de R$ 100 mil a R$ 50 milhões, dependendo da quantidade de créditos que não foram repassados. Além disso, usinas e empresas inadimplentes em suas metas individuais de CBIOs terão restrições severas, incluindo a proibição de comercializar combustíveis e importar produtos enquanto a pendência não for regularizada.

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A redistribuição de receitas pode representar um alívio importante para o bolso do produtor de cana. Segundo cálculos do setor, a participação nos CBIOs pode gerar valores que variam entre R$ 2,90 e R$ 3,20 por tonelada de cana, dependendo da eficiência da produção e da certificação das práticas sustentáveis.

“Essa mudança reforça o papel do produtor na cadeia de descarbonização, trazendo mais transparência e justiça na distribuição dos ganhos do RenovaBio”, destaca a Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil).

Ainda assim, há questionamentos pendentes, como a tributação sobre os valores recebidos. Atualmente, os CBIOs repassados pelas usinas já chegam ao produtor com descontos de impostos. O setor aguarda esclarecimentos sobre possíveis duplicidades na cobrança tributária.

A emissão e comercialização dos CBIOs são realizadas pelas usinas com base nas práticas sustentáveis adotadas pelos produtores. As usinas podem optar por usar dados padrões ou informações detalhadas fornecidas pelos produtores. Caso escolham informações específicas, é necessário comprovar o uso de insumos sustentáveis por meio de notas fiscais, o que pode aumentar a geração de CBIOs.

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Para participar, os produtores devem guardar comprovantes de insumos utilizados durante todo o ano civil. A Socicana (Associação dos Fornecedores de Cana de Guariba) alerta que apenas aqueles que tiverem a documentação completa poderão ser incluídos no cálculo detalhado, beneficiando-se de maior eficiência e, consequentemente, mais créditos de carbono.

Essa redistribuição de receitas não apenas beneficia os produtores de cana, mas também fortalece a competitividade do agronegócio brasileiro, mostrando que o setor está comprometido com a sustentabilidade e com a valorização do trabalho no campo.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Embaixador André Aranha é nomeado presidente da 30ª COP30

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O governo anunciou a nomeação do embaixador André Aranha Corrêa do Lago como presidente da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), prevista para novembro em Belém, Pará.

Corrêa do Lago, atual secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, possui vasta experiência em negociações climáticas desde 2001.

Ana Toni, secretária nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, foi designada como diretora-executiva da COP30.

Economista com doutorado em ciência política, Toni tem ampla experiência em políticas públicas, meio ambiente e mudanças climáticas, além de ter atuado como diretora da Fundação Ford no Brasil e presidente do Greenpeace Internacional.

A escolha de Belém como sede da COP30 destaca a importância da Amazônia nas discussões climáticas globais. O evento reunirá líderes mundiais para definir metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, em um momento em que as temperaturas médias globais têm superado consistentemente 1,5°C, ressaltando a urgência de ações efetivas contra as mudanças climáticas.

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Para o setor agropecuário brasileiro, a liderança de Corrêa do Lago e Ana Toni na COP30 representa uma oportunidade de alinhar práticas agrícolas sustentáveis com as metas climáticas globais. A experiência diplomática de Corrêa do Lago e o histórico de Toni em políticas públicas podem facilitar diálogos que promovam o desenvolvimento sustentável, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a economia agrícola do país.

Entidades da sociedade civil manifestaram apoio à liderança de Corrêa do Lago, reconhecendo sua expertise diplomática como fundamental para o sucesso das negociações. No entanto, há preocupações quanto à infraestrutura de Belém para sediar um evento de tal magnitude e sobre o nível de engajamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no evento.

A COP30 será uma plataforma crucial para o Brasil demonstrar seu compromisso com a sustentabilidade e o combate às mudanças climáticas, reforçando a posição do país como líder em práticas agrícolas responsáveis e na preservação ambiental.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Volta de Donald Trump ao governo americano traz incertezas ao agronegócio brasileiro

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O retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, nesta segunda-feira (20.01), acompanhado de discursos protecionistas e medidas comerciais anunciadas em seus primeiros minutos de governo, gerou incertezas no setor do agronegócio brasileiro.

Especialistas apontam que o impacto das políticas adotadas por Trump sobre o comércio global e o Brasil ainda é uma incógnita, mas destacam que as mudanças tarifárias prometidas podem alterar significativamente o cenário atual.

Entre as principais preocupações está a possível retomada da guerra comercial entre Estados Unidos e China, com elevação de tarifas sobre produtos importados pelos americanos. Essa situação pode beneficiar o agronegócio brasileiro no curto prazo, com o redirecionamento de demanda chinesa por commodities como soja e milho. No entanto, a longo prazo, um eventual acordo entre as duas potências poderia reverter esses ganhos.

A China, maior parceira comercial do Brasil no setor, permanece como peça-chave nessa equação. Especialistas reforçam a necessidade de ampliar a presença brasileira no mercado chinês e fortalecer a interlocução com o país asiático, dado seu papel crucial para as exportações agrícolas brasileiras.

Além disso, a saída oficial dos Estados Unidos do Acordo de Paris, no aniversário de 10 anos do pacto climático, coloca o Brasil sob maior pressão internacional, especialmente em um ano de protagonismo para o país na condução da COP 30, em Belém.

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A postura de Trump, vista como um enfraquecimento das iniciativas globais contra mudanças climáticas, contrasta com as expectativas de que o setor privado mantenha compromissos nessa área, mesmo diante de resistências governamentais.

No contexto bilateral, o protecionismo americano pode dificultar avanços em negociações para ampliar cotas de exportação brasileiras, como as de carne bovina e açúcar, enquanto os Estados Unidos devem pressionar por maior acesso ao mercado brasileiro, especialmente no setor de etanol e produtos premium.

O agronegócio brasileiro, no entanto, mantém uma postura pragmática, defendendo a busca de soluções negociadas e evitando alinhamentos ideológicos. Especialistas e representantes do setor destacam a importância de diversificar mercados e de fortalecer parcerias estratégicas para mitigar possíveis impactos negativos das políticas americanas.

Isan Rezende              Imagem: assessoria

O presidente do Instituto do Agronegócio (IA), Isan Rezende, o retorno de Trump ao poder não é apenas um evento político; é uma mudança no tabuleiro comercial global. “Para o Brasil, isso significa navegar em águas turbulentas, onde o protecionismo norte-americano e as possíveis tensões comerciais com a China podem criar tanto oportunidades quanto riscos. Nosso desafio será transformar qualquer realocação de demanda em ganhos estratégicos para o agronegócio, mas isso exige foco e planejamento assertivo”, comentou.

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“Enquanto muitos enxergam no protecionismo americano uma ameaça, vejo também uma chance de o Brasil fortalecer sua posição como fornecedor confiável e competitivo. Temos que estar prontos para ocupar espaços, especialmente no mercado asiático, sem depender exclusivamente da dinâmica entre China e Estados Unidos. É o momento de investir em diplomacia comercial e garantir que nossos produtos sigam conquistando o consumidor global”, recomentou Rezende.

mas o presidente do IA alertou que não se deve ignorar os efeitos da saída dos EUA do Acordo de Paris, especialmente na COP 30, que será liderada pelo Brasil. “Enquanto Trump enfraquece as ações climáticas globais, cabe a nós mostrar liderança, destacando nosso potencial em bioenergia e agricultura sustentável. O agronegócio brasileiro não deve apenas reagir às mudanças; deve ser protagonista na construção de soluções que combinem produção eficiente e respeito ao meio ambiente”, completou Isan Rezende.

Embora o cenário atual traga desafios e incertezas, o histórico de resiliência do setor e a capacidade de adaptação do Brasil às demandas globais oferecem caminhos promissores para superar os obstáculos e aproveitar as oportunidades que possam surgir.

O equilíbrio entre diplomacia, estratégia comercial e inovação será essencial para garantir a competitividade do agronegócio brasileiro em um cenário global em transformação.

Fonte: Pensar Agro

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