Jornal britânico questionou a postura do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais
O jornal britânico Financial Times (FT)
questionou, em uma publicação feita nesta sexta-feira (8), o impacto que polêmicas criadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) podem ter para os projetos de reformas econômicas que estão em pauta. A reportagem, intitulada “Guerras de cultura” de Jair Bolsonaro vão prejudicar as reformas econômicas do Brasil?”, foi postada na versão on-line do jornal.
A matéria lembra a discussão, nesta semana, em torno do que o FT
chama de “xixigate” – uma referência à publicação de Bolsonaro
sobre o “golden shower”, fetiche sexual em que um parceiro urina na frente ou sobre o outro, que viralizou na última quarta-feira (6).
Em sua conta oficial no Twitter, o capitão reformado postou um vídeo em que dois homens aparecem fazendo o ” golden shower
“, além de mostrar imagens de um rapaz introduzindo um dedo no próprio ânus.
Ao colocar o vídeo em sua rede social, o presidente o associou ao Carnaval brasileiro
: “Não me sinto confortável em mostrar, mas temos que expor a verdade para a população ter conhecimento e sempre tomar suas prioridades. É isto que tem virado muitos blocos de rua no carnaval brasileiro. Comentem e tirem suas conslusões:”, escreveu.
Não me sinto confortável em mostrar, mas temos que expor a verdade para a população ter conhecimento e sempre tomar suas prioridades. É isto que tem virado muitos blocos de rua no carnaval brasileiro. Comentem e tirem suas conslusões: pic.twitter.com/u0qbPu9sie
Depois da repercussão, que foi principalmente negativa em todo o mundo, apesar de ter alguns apoiadores, Bolsonaro também foi à rede social perguntar qual seria o significado do termo.
De acordo com o Financial Times
, a polêmica que envolveu o presidente pode mostrar, tanto a seus opositores como apoiadores, que ele está muito envolvido com disputas digitais irrelevantes e pouco engajado nas principais pautas para o País, como a reforma da Previdência
.
O jornal afirma, ainda, que algumas colocações podem ser difinitivas para alguém que ocupa um cargo público como o de presidente e cita, como refência, a frase “Não pergunte o que seu país pode fazer por você, pergunte o que você pode fazer pelo seu país”, do presidente norte-americano John F. Kennedy.
A publicação também declarou que os posts de Bolsonaro no Twitter
pareceram uma tentativa de desviar a atenção da população de outros problemas, ou mesmo revidar as sátiras sofridas por ele nos mais diversos blocos de rua e desfiles de escolas de samba durante a festa carnavalesca, e ressalta que a tentativa foi certeira: #BolsonaroTemRazão, #PresidenteGoldenShower, #GoldenShower, #ImpeachmentBolsonaro e #VergonhaDoPresidente foram hashtags que dominaram as redes sociais desde a realização das publicações.
O jornal de economia lembra que o presidente foi eleito com mais de 58 milhões de votos e que, desses, grande parte se deve à “guerra cultural” que ele travou com alguns setores do País. Apesar disso, o Financial Times lembra que a permanência do foco nesse tipo de coisa, já passada a campanha eleitoral, pode prejudicar as reformas econômicas e o papel do Brasil como a maior democracia da América Latina.
A matéria ainda trás o questionamento do analista político Oliver Stuenkel à Bolsonaro
: “Podemos voltar a discutir Venezuela e a reforma da Previdência agora?”, disse.
Pré-candidato à Câmara Federal pelo PSB, o Vereador por Várzea Grande, Bruno Lins Rios se licenciou da UCMMAT (União das Câmaras de Mato Grosso), para alçar vôo mais alto. Empossado na entidade em 2021, Rios terá pela frente dois adversários de peso no partido, sendo a primeira-dama de Rondonópolis, Neuma de Morais e o Deputado Estadual, Alan Kardec. O vereador poderá se engajar exclusivamente como representante de Várzea Grande, já que outro pretendente ao mesmo cargo, o Vereador Rogerinho Dakar (PSDB), vê sua sigla “derretendo”. A idéia de Bruno é “bombar” na cidade industrial, para isso vêm se cacifando financeiramente e logicamente formar dobradinhas, dentre as metas, uma delas é aproximar da histórica votação em 2006 do ex-vereador Chico Curvo, batendo 37 mil votos.
Datafolha: 55% dizem que não votam em Bolsonaro de jeito nenhum
Dentre os pré-candidatos ao Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro é o que apresenta o maior índice de rejeição, aponta pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira: 55% dos entrevistados afirmam que não votariam nele de jeito nenhum. O desempenho é melhor que o apresentado na última pesquisa do instituto, quando essa porcentagem chegou a 60%. As duas pesquisas, contudo, não são diretamente comparáveis, já que houve mudanças na lista de candidatos.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é quem ocupa a segunda colocação no ranking, com rejeição de 37%. Na sequência, vêm o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com 30%; o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), com 26%; e o ex-governador Ciro Gomes (PDT), que registrou 23% no índice.
Em um segundo bloco, com números menores, estão o governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB), com 14%; Vera Lúcia (PSTU), que registrou 13% de rejeição; Simone Tebet (MDB) e Leonardo Péricles (UP), ambos com 12%; e Felipe D’Ávila (Novo), que marcou 11%.
Leite, que perdeu nas prévias do PSDB para o governador João Doria, avalia um convite do PSD para concorrer à Presidência, além da possibilidade de concorrer pelo próprio PSDB no lugar de Doria — hipótese estimulada por aliados.
Leia Também
A baixa rejeição a nomes do segundo bloco, no entanto, passa também pelo grau de conhecimento desses pré-candidatos entre os eleitores. Lula é o mais conhecido pelos entrevistados: 99% disseram saber quem ele é. O presidente Jair Bolsonaro tem índice de 98%, enquanto 90% afirmaram conhecer Sergio Moro. Ciro Gomes tem 89% de conhecimento e Doria, 80%.
Dos entrevistados, 42% dizem conhecer o governador Eduardo Leite, 31% conhecem Vera Lúcia e 30%, Felipe D’Ávila. A senadora Simone Tebet registra índice de 28%, enquanto Leonardo Péricles tem 20% de conhecimento.
O Datafolha ouviu 2.556 eleitores em 181 municípios de todo o país entre terça e quarta-feira desta semana. A pesquisada foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-08967/2022. O nível de confiança do levantamento – isto é, a probabilidade de que ele reproduza o cenário atual, considerando a margem de erro – é de 95%.