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Mato Grosso

Com trabalho em fábrica, reeducandos querem construir novo caminho

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Quem passa pelas largas ruas planejadas de Lucas do Rio Verde (360 km ao norte de Cuiabá) não imagina que o trabalho de reeducandos e, consequentemente, a esperança de uma oportunidade fora das grades, está por trás da produção de milhares de peças que calçam vias públicas, canalizam a água pluvial, enfeitam praças e são abrigos de paradas de ônibus.

A fábrica de artefatos de concreto e a serralheria instaladas nas dependências do Centro de Detenção Provisória integram o projeto Espaço de Trabalho Vida Nova e foram pensadas como uma forma de ofertar trabalho e ser oportunidade de reconstrução da vida de quem trabalha no local e ainda, reduzir custos para a administração pública. Com o emprego da mão de obra de 27 reeducandos, foram fabricadas no complexo, no ano passado, 153 mil peças de concreto e reformadas 20 coberturas de pontos de ônibus da cidade. Todos os produtos são empregados na área de serviços urbanos do município.

Os recuperandos são remunerados e têm no trabalho uma chance de não apenas garantir a remição da pena, mas de mostrar que podem contribuir e voltar à sociedade com dignidade. Desde que o projeto começou, há quase cinco anos, em uma iniciativa da Prefeitura Municipal com apoio do Poder Judiciário, Fundação Nova Chance, Sistema Penitenciário, Ministério Público, empresa privada e Conselho de Segurança da Comunidade, mais de 50 reeducandos foram empregados no local.

Produção da fábrica em 2018: fabricação de 153 mil peças em concreto 

No espaço anexo ao Centro de Detenção Provisória são produzidos blocos, canaletas, tubos para galeria pluvial e de esgoto, estacas de cercas, pavers, telas e tampas de bueiro.

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Opção de um caminho diferente

G. R., 46 anos, é um dos trabalhadores mais antigos na fábrica – está há três anos no local. Entre as centenas de blocos de cimento, manilhas e tijolos, ele diz que o trabalho é uma forma gratificante para não ver os dias passarem tão lentamente. “Quem abraça o detento quando ele sai da porta para fora? O próprio crime, já que muitas das famílias estão desestruturadas. Mas, graças a esse trabalho, temos a oportunidade de escolher um caminho diferente para seguir. A maioria das pessoas que está no projeto sai e não retorna mais para a cadeia. Dificilmente pagando só a cadeia tem chance de ressocializar. Por isso que o projeto pode colaborar para mudar nossa vida, pois são poucas as oportunidades que encontramos na rua”, afirma o reeducando que, com seu entusiasmo e dedicação, contagia os demais.

“Graças a esse trabalho, temos a oportunidade de escolher um caminho diferente para seguir”

Outro reeducando, G.O.P., diz que participar do projeto é chance de reeducação e que todos ficam na expectativa de ter um bom comportamento para entrar na fábrica.

J.O.T., 65 anos, descreve o cenário de antes e depois da instalação do empreendimento. “Antes, aqui só tinha mato, a maioria dos presos tinha mau comportamento. Hoje, é diferente, nossa mente fica ocupada na fabricação. Nenhum fugiu, machucou ou morreu. Somos agradecidos pelo apoio e confiança depositada em nós”.

Oportunidade para auxiliar o sustento das famílias 

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O diretor do CDP, José Ronaldo Frutuoso, é categórico quando afirma que o trabalho na unidade prisional transformou o comportamento dos reeducandos e trouxe mais comprometimento a cada um deles. “A oportunidade desenvolvida com várias parcerias é fundamental para não apenas proporcionar trabalho, mas também dar um novo alento a quem hoje está privado de liberdade, mas que um dia será reintegrado à sociedade”, pontua o diretor, afirmando também que o bom comportamento dos trabalhadores resulta em melhor disciplina dentro do centro de detenção. 

Ronaldo acrescenta ainda que o fruto do trabalho ajuda no sustento de algumas famílias.“Eles recebem mensalmente um salário mínimo, que é depositado em conta. Os familiares deles estão bastante felizes com o projeto e alguns, até sem renda, se sustentam com o salário que eles ganham aqui dentro”.

“O trabalho e o estudo são ocupações importantes que podem auxiliar o reeducando a romper o círculo vicioso da criminalidade. E o projeto desenvolvido em Lucas do Rio Verde é exemplo de que a ressocialização pelo trabalho é o caminho para auxiliar na humanização do Sistema Penitenciário”, observa o secretário adjunto de Administração Penitenciária, Emanoel Flores.

Reforma de abrigos de pontos de ônibus na serralheria do CDP

Para abrigar os trabalhadores da fábrica, a unidade prisional está concluindo uma ala com capacidade para 48 reeducandos. A ideia é separar os internos que trabalham dos demais reeducandos, a fim de evitar retaliações. No novo espaço, os trabalhadores terão banheiro e poderão receber visitas, como já ocorre na ala comum.

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CNJ 16 Anos: sociedade fortalece presença na formulação de políticas judiciárias

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A comarca de Campo Novo dos Parecis divulga o resultado preliminar do processo seletivo para credenciamento de profissional da área de Psicologia. As informações constam no Edital N. 11/2024 – DF.

 
Coordenadoria de Comunicação do TJMT
 
 

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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Mato Grosso

Projeto Nosso Judiciário recepciona jovens advogados da OAB Sinop

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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) segue com seu objetivo de aproximar a sociedade do Poder Judiciário. É o projeto Nosso Judiciário, que recebeu, na sede da Justiça, em Cuiabá, na quarta-feira (04 de dezembro), visita de um grupo de 27 advogados e advogadas da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Mato Grosso -subseção de Sinop. Os(as) advogados(as) conheceram um pouco mais a estrutura do Tribunal e seus setores.
 
Durante a visita à sede do TJMT, por meio do projeto Caravana da Jovem Advocacia da OAB de Sinop, os advogados acompanharam uma sessão de julgamento e, em seguida, foram recepcionados pelo desembargador Márcio Vidal no Espaço Memória do TJMT. O encontro foi um momento de troca de experiência entre os operadores do Direito e o magistrado, que destacou a importância do projeto Nosso Judiciário na formação de profissionais.
 
“O projeto é um sucesso. Inclusive serviu de modelo para outros tribunais do país por ser uma forma de se fazer uma interlocução direta com os acadêmicos de Direito. É fundamental que eles tenham um conhecimento do que é o Poder Judiciário de Mato Grosso, que neste ano completou 150 anos.”
 
A presidente do OAB Sinop, Xênia Guerra, elogiou o projeto Nosso Judiciário, que tem o mesmo objetivo do projeto Caravana da Jovem Advocacia. “Esta é a segunda edição do projeto. Saímos ontem de Sinop com esse grupo de jovens advogados para visitarmos o tribunal e agora estamos aqui no Tribunal de Justiça de Mato Grosso. A ideia é que os jovens advogados tenham acesso aos lugares de atuação do profissional da advocacia. Então, conhecer onde são os cartórios, os gabinetes de alguns desembargadores é uma oportunidade muito valiosa”.
 
Para a jovem advogada Priscila da Silva Santos Poliniato, a experiência trará mais confiança na execução de seu trabalho.
 
“Esse projeto abraça todos os profissionais que precisam conhecer de perto como funciona o local de ofício para criar intimidade e conseguir trabalhar com mais segurança. Porque quando você conhece a casa onde você tem um processo, você se sente mais confiante”.
 
O Projeto – O “Nosso Judiciário” é voltado para estudantes universitários, principalmente do curso de Direito, e aos alunos da rede estadual do ensino médio. A finalidade é aproximar a sociedade do Poder Judiciário.
 
#Paratodosverem. Esta matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão de pessoas com deficiência visual. Descrição da imagem: Um grupo de pessoas está reunido em uma sala com piso de madeira. Na primeira fila, a advogada Xênia Guerra veste blusa rosa e calça branca e segura um livro. Ao lado dela, o desembargador Márcio Vidal de blazer azul claro está com as mãos entrelaçadas. Atrás deles, estão os 27 jovens advogados dispostos em fileiras, alguns vestindo ternos e outros em trajes casuais. A sala tem quadros emoldurados nas paredes e um teto com iluminação embutida.
 
Priscilla Silva/Foto: Ednilson Aguiar
Coordenadoria de Comunicação Social do TJMT

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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Parque Berneck – Várzea Grande

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