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Agronegócio

Banco Central eleva o custo do crédito e preocupa o agronegócio

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira (29.01) um novo aumento na taxa Selic, que passou de 12,25% para 13,25% ao ano. Essa foi a quarta elevação consecutiva e coloca a taxa no maior patamar desde setembro de 2023. A medida tem como objetivo conter a inflação, mas gera impactos diretos sobre a economia, especialmente para o setor do agronegócio.

A Selic é a principal ferramenta do Banco Central para controlar a inflação, pois juros mais altos encarecem o crédito, desestimulam o consumo e a produção, reduzindo a pressão sobre os preços. No entanto, essa política tem efeitos colaterais preocupantes para o setor produtivo. Com financiamentos mais caros, produtores rurais enfrentam dificuldades para custear suas atividades, investir em novas tecnologias e expandir suas operações.

O aumento da Selic representa um desafio para os produtores, especialmente no financiamento da safra e na compra de equipamentos. Linhas de crédito rural passam a ter taxas mais elevadas, dificultando o acesso a recursos essenciais para a produção. O Plano Safra 2025/26, que será definido nos próximos meses, já começa a ser impactado, com discussões sobre alternativas para mitigar os custos elevados dos financiamentos.

A indústria de máquinas agrícolas também sente os reflexos da alta dos juros. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a escalada da Selic torna o crédito menos acessível, dificultando a aquisição de tratores, colheitadeiras e outros equipamentos. Ainda assim, a projeção para 2025 indica um crescimento de 8% nas vendas, impulsionado pela necessidade de modernização no campo.

A inflação acumulada em 2024 já ultrapassou a meta estabelecida pelo governo, registrando 4,83% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O preço dos alimentos, especialmente carne e frutas, continua em alta, apesar da bandeira verde nas contas de luz. O governo estuda medidas para reduzir a tributação sobre itens essenciais da cesta básica, buscando aliviar o peso da inflação sobre o consumidor final.

Isan Rezende    –        Imagem: assessoria

Para Isan Rezende, presidente do Instituto do Agronegócio (IA), o aumento da Selic é um desafio imediato para o agronegócio, especialmente para os pequenos e médios produtores, que dependem fortemente de financiamento para custear suas atividades. “Com juros mais altos, o custo do crédito rural sobe significativamente, o que pode comprometer a capacidade de investimento e a rentabilidade das operações no campo. Precisamos de políticas específicas que protejam o setor, como linhas de crédito subsidiadas, para evitar que o custo financeiro inviabilize a produção”, lembrou Isan.

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“Embora a alta da Selic possa trazer uma valorização do real, o que reduz temporariamente os custos de importação de insumos, ela também pode prejudicar a competitividade das exportações brasileiras. O agronegócio é altamente dependente do mercado externo, e uma moeda mais forte pode tornar nossos produtos menos atrativos no cenário internacional. É preciso encontrar um equilíbrio para que o setor não perca espaço para concorrentes globais”, disse o presidente.

O presidente do Instituto do Agronegócio diz que há necessidade de planejamento e inovação. “Em um cenário de juros altos, a gestão financeira e a busca por eficiência operacional se tornam ainda mais críticas. Os produtores precisam se adaptar, buscando alternativas como a diversificação de fontes de renda, a adoção de tecnologias que reduzam custos e a melhoria na gestão de riscos. O agronegócio já provou sua resiliência ao longo dos anos, mas, diante desse novo desafio, a inovação e o planejamento estratégico serão essenciais para manter a sustentabilidade do setor”, completou Rezende.

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O economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, destacou que a alta dos juros traz dois grandes problemas para o agro: encarece o crédito rural e contribui para a desaceleração da economia, afetando o consumo de produtos agrícolas. Ele também criticou o desequilíbrio fiscal do governo, que, segundo ele, é uma das causas da inflação persistente.

Diante da escalada dos juros, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o governo busca alternativas para tornar o crédito rural mais acessível. Entre as opções avaliadas, está a possibilidade de oferecer taxas diferenciadas para culturas estratégicas como arroz, feijão e hortaliças. O objetivo é garantir maior oferta desses produtos e reduzir a pressão sobre os preços ao consumidor.

O agronegócio segue atento às próximas decisões econômicas. Com um cenário desafiador, o setor busca soluções para manter a competitividade e garantir o abastecimento do mercado interno e externo. O Plano Safra 2025/26 será um dos principais instrumentos para definir os rumos do crédito rural nos próximos anos, e as negociações entre governo e entidades do setor devem se intensificar nas próximas semanas.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Novas Tecnologias Podem Aumentar em Até 15% a Produção de Trigo em Regiões com Seca

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Sensibilidade do trigo ao estresse climático

Apesar do avanço em cultivares adaptadas e novas tecnologias de manejo que devem elevar a safra de trigo em cerca de 7% em 2024 — mesmo com redução da área plantada — a cultura continua muito sensível a estresses abióticos, como seca, calor excessivo e geadas fora de época. Esses fatores comprometem o enchimento dos grãos, reduzem o teor de proteína e impactam diretamente a produtividade.

No Paraná, episódios de estiagem em 2024 reduziram a produção em até 20% em algumas regiões, prejudicando a oferta interna, aumentando a necessidade de importações e pressionando a balança comercial brasileira.

Tecnologias baseadas em fitoesteróis para mitigar perdas

Novas tecnologias que utilizam fitoesteróis vêm sendo estudadas para reduzir os impactos do estresse climático nas plantas. Ensaios conduzidos por instituições de pesquisa apontam que o uso de elicitores vegetais pode elevar a produtividade do trigo em até 15% em áreas com déficit hídrico moderado, garantindo maior rentabilidade ao produtor.

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Resultados positivos com o Bomafit

Desde 2023, a Elicit Plant Brasil realiza testes com o Bomafit, ferramenta exclusiva desenvolvida para o mercado brasileiro, que atua na mitigação dos efeitos dos estresses abióticos no trigo.

Felipe Sulzbach, responsável pelas operações da empresa no Brasil, destaca que, em quatro instituições de pesquisa, a média de incremento na produtividade foi de 9%, equivalente a quatro sacos de trigo por hectare.

Na safra de 2024, com aprimoramento técnico e condições climáticas variadas, cinco instituições reportaram ganho médio de 7,5%, ou 4,5 sacos a mais por hectare — o que corresponde a um aumento de 225 quilos por hectare.

Consistência e eficácia comprovadas

Sulzbach ressalta que os resultados consistentes em duas safras consecutivas, sob diferentes condições climáticas, comprovam a eficácia do Bomafit como ferramenta para manter a produtividade do trigo e aumentar a resiliência da cultura frente às mudanças climáticas.

“A aplicação no momento correto potencializa a regulação metabólica da planta, promovendo maior estabilidade fisiológica diante das variações climáticas”, afirma.

Fonte: Portal do Agronegócio

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Agronegócio

Pequenos negócios ganham espaço no comércio exterior e impulsionam exportações do Ceará

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Participação dos pequenos cresce nas exportações brasileiras

Quatro em cada dez empresas exportadoras no Brasil já são de pequeno porte. Segundo levantamento do Sebrae com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), o percentual de micro e pequenas empresas que exportam bens saltou de 28,6% em 2014 para 39,6% em 2024. As importações também cresceram: passaram de 37,6% para 50% no mesmo período.

Ceará acompanha tendência nacional com crescimento expressivo

No Ceará, os pequenos negócios também avançam no comércio exterior. De janeiro a maio de 2025, o Estado exportou US$ 770,48 milhões, um aumento de 49,3% em relação ao mesmo período de 2024.

Somente no mês de maio, as exportações somaram US$ 269,79 milhões, alta de 77,7% em relação a abril e 176,2% na comparação com maio do ano anterior, de acordo com o estudo Ceará em Comex, elaborado pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fiec.

Infraestrutura logística impulsiona competitividade

O bom desempenho cearense é reflexo de investimentos contínuos em logística e infraestrutura, com destaque para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) e a Zona de Processamento de Exportação (ZPE Ceará). Essas estruturas oferecem benefícios fiscais, localização estratégica e suporte logístico, tornando o Estado mais atrativo para empresas de todos os tamanhos.

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Exportar deixou de ser exclusividade das grandes indústrias

Segundo o especialista em comércio exterior Augusto Fernandes, parte desse avanço se deve ao trabalho de orientação e desmistificação junto aos pequenos empresários.

“Muitos ainda acham que exportar é algo exclusivo das grandes indústrias, mas com o suporte certo, é possível acessar o mercado internacional com segurança e competitividade”, afirma.

Ele destaca que o Ceará conta hoje com uma cadeia especializada de serviços voltados para o comércio exterior, como despachantes, agentes de carga e consultorias, além de novas rotas estratégicas, como a ligação direta entre o Porto do Pecém e a China.

Diversificação da pauta exportadora fortalece o setor

A ampliação da participação dos pequenos também se deve à diversificação dos produtos exportados. Itens como frutas frescas, castanha de caju, mel, roupas, produtos químicos, artigos de decoração e equipamentos para academias — muitos produzidos por pequenas empresas — já conquistaram espaço em mercados exigentes, como Estados Unidos, Europa e Ásia.

Impactos positivos para a economia local

O fortalecimento dos pequenos negócios nas exportações e importações gera emprego, renda e competitividade para a economia cearense. Com acesso à informação, infraestrutura moderna e apoio institucional, o comércio exterior deixa de ser uma barreira e passa a ser uma estratégia concreta de crescimento e expansão para o empreendedor local.

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O cenário atual mostra que o comércio exterior está mais acessível. Com a profissionalização do ecossistema logístico e o apoio de entidades como o Sebrae e a Fiec, os pequenos negócios deixam de ser coadjuvantes e assumem papel central no avanço das exportações brasileiras — especialmente em estados como o Ceará, que investem na integração global de sua economia.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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