Pesquisar
Close this search box.

Política MT

Autoridades e representantes da sociedade civil debatem fechamento de delegacias em MT

Publicado em

Foto: Karen Malagoli

POR RENATA NEVES/Assessoria do Núcleo Social da ALMT
 
A Comissão de Segurança Pública e Comunitária da Assembleia Legislativa de Mato Grosso realizou audiência pública nesta sexta-feira (15) para debater a proposta de suspensão do funcionamento de cerca de 20 delegacias de polícia em todo o estado.

Durante a audiência, solicitada pelo presidente da Comissão, deputado estadual Elizeu Nascimento (DC), foram ouvidos representantes do Governo do Estado, Ministério Público Estadual, Polícia Civil, sindicatos dos investigadores e escrivães,além de deputados estaduais, moradores, prefeitos e vereadores de municípios que serão atingidos pela medida.

Elizeu Nascimento declarou ser contrário ao fechamento das delegacias e pediu que o Governo do Estado se sensibilize e analise a problemática de forma a não prejudicar os cidadãos. “Por onde temos passado o clamor é único: para que as delegacias não sejam fechadas”, frisou.

O parlamentar citou o caso do município de Jangada para exemplificar os prováveis prejuízos que serão gerados caso essa decisão seja efetivada pelo Governo do Estado.  “Com o fechamento da delegacia de Jangada, os policiais militares terão que se deslocar ao município de Rosário Oeste para registrar um Boletim de Ocorrência, percurso que leva de duas a três horas. Nesse intervalo, a cidade ficará desprotegida e criminosos poderão agir sem preocupação”, disse.

O prefeito de Nortelândia, Jocimar José Fernandes, reivindicou a manutenção da delegacia do município e destacou as consequências negativas do seu fechamento. Atualmente o município conta com quatro investigadores da Polícia Civil.

“Não posso admitir de forma alguma que se fale em fechamento de delegacias quando o principal é a sociedade. Estamos tratando de vidas. Se nós não tomarmos providências sérias e começarmos a eliminar delegacias, batalhões de polícia, quem vai tomar conta da segurança pública em Mato Grosso?”, questionou.

O vereador de Nova Lacerda, Adair José da Silva, lembrou que o município está localizado em uma região de fronteira e a 100 quilômetros das delegacias mais próximas e que, portanto, a presença da polícia é essencial. “Essa proposta está sendo feita sem ouvir a população. Não podemos de jeito nenhum ficar sem uma delegacia”, afirmou.

Leia mais:  Dal Molin é homenageado pelo Ciopaer

Falta de efetivo

O delegado-geral da Polícia Civil, Mário Dermeval Aravechia de Rezende, afirmou que o motivo para solicitação da suspensão das atividades das delegacias é a falta de efetivo. Segundo ele, nos próximos dois anos cerca de 200 policiais civis irão se aposentar e isso inviabilizará a manutenção de muitas delegacias. A proposta tem como base um estudo realizado em todo o estado a partir de 2016.

“Não estamos felizes propondo essa solução, mas é inevitável nesse momento. Não há efetivo para manter essas unidades abertas. Em algumas dessas cidades há, inclusive, ações civis públicas que exigem um efetivo mínimo nas delegacias e nós não temos como arranjar esse efetivo”, declarou.

Sindicatos

A presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia de Mato Grosso (Sinpol-MT), Edleusa Afonso de Mesquita, disse que atualmente há 2.093 investigadores na ativa, porém deste total apenas 1.891 estão em efetiva atividade e parte destes atuam em áreas administrativas, restando somente 1.700 para atendimento à população.

Diante deste cenário, segundo ela, os policiais atuam com sobrecarga de trabalho e não são compensados por isso. Os problemas que envolvem a rotina de trabalho dos investigadores foram apontados em um relatório elaborado pelo sindicato.

“Em muitos casos os investigadores chegam a completar 75 horas de trabalho por semana e só recebem no máximo 8 adicionais noturnos por mês. Além disso, não recebem diárias quando precisam se descolar a outros municípios para audiências de custódia. Enquanto sindicato, temos que preservar os direitos e a saúde dos servidores, por isso o fechamento das delegacias é necessário, caso não seja encontrada outra solução”, relatou.

Como alternativas para solucionar o problema, o sindicato sugere a unificação das carreiras de investigadores e escrivães e a realização de convênios com os municípios para contratação de profissionais terceirizados para execução de serviço de guarda patrimonial dos prédios das delegacias, função hoje exercida por investigadores.

O presidente do Sindicato dos Escrivães de Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso (Sindepojuc), Davi Padilha Nogueira, afirmou que há 176 delegacias em todo o estado e 30% delas contam apenas com um escrivão em seus quadros, situação que prejudica a saúde e atuação desses profissionais.

Leia mais:  Audiência pública em Cáceres define ações para preservar o Pantanal

“Quando há apenas um escrivão na delegacia ele trabalha 24 horas por dia, durante sete dias na semana. Ele fica o tempo todo à disposição e, se for acionado, é obrigado a comparecer na delegacia a qualquer momento para atender uma ocorrência. A nossa preocupação é com o bem-estar e a qualidade de vida desses policiais.Enquanto tiver essa situação o sindicato é a favor do fechamento dessas delegacias”, ressaltou.

Ministério Público

O procurador-geral do Ministério Público Estadual (MPE-MT), José Antônio Pereira Borges, admitiu que o tema é delicado, entretanto afirmou que a medida é necessária devido à crise econômica enfrentada pelo estado. O representante do MP ressaltou ainda que diversas comarcas também deverão ser fechadas.

Concurso Público

A realização de concurso público foi apontada pelos participantes da audiência como a principal solução para complementar o efetivo da Polícia Civil e evitar o fechamento das delegacias.O delegado-geral Mário de Rezende afirma que desde 2016 há uma solicitação para realização do certame. No entanto, lembra que o processo levaria ao menos dois anos até que os aprovados entrassem em efetiva atividade.

PEC

O deputado estadual Elizeu Nascimento afirmou que irá apresentarna próxima semana um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) propondo a destinação de 10% dos recursos provenientes de emendas parlamentares impositivasà Segurança Pública.

Abaixo-assinados e Manifesto

Elizeu Nascimento e o vice-presidente da Comissão de Segurança da ALMT, deputado delegado Claudinei, apresentaram abaixo-assinados com centenas de assinaturas de moradores dos municípios de Jangada e Ponte Branca, solicitando a manutenção das atividades das delegacias.

Claudinei apresentou ainda um manifesto do município de Carlinda com mais de 400 assinaturas com a mesma reivindicação. “Tenho 17 anos como delegado de polícia. Sei dos problemas de estrutura e da situação difícil enfrentada pelo estado, mas não podemos esquecer a população de Mato Grosso”, ponderou.

Também participaram da audiência pública os deputados estaduais Dr. Eugênio (PSB), Max Russi (PSB), Ulysses Moraes (DC), e João Batista (PROS).
 
 

Comentários Facebook
Advertisement

Política MT

Deputado Thiago indica e celebra avanço para a construção de viaduto

Published

on

O deputado estadual Thiago Silva (MDB) comemorou nesta quinta-feira (16) a aprovação técnica da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para o projeto de construção de um viaduto na região conhecida como Trevão, em Rondonópolis, proposto pela concessionária Nova Rota do Oeste.

Presidente da Frente Parlamentar em Defesa das BRs-163/364 na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Thiago Silva destacou os esforços realizados desde novembro de 2023, quando formalizou, por meio de indicação e ofícios, a solicitação da obra ao diretor da Nova Rota do Oeste, Roberto Madureira. Ele também ressaltou o trabalho conjunto com o então senador Mauro Carvalho no ano passado, que resultou na entrega de um projeto executivo ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), buscando garantir recursos federais para a execução do viaduto.

Silva também esteve junto da “Comissão Pró-Travessia” em reuniões com a presença de líderes comunitários para tratar da demanda de um viaduto para o atendimento e mais segurança da população local.

Leia mais:  UPA de Chapada dos Guimarães é inaugurada

“Rondonópolis enfrenta um dos maiores gargalos logísticos da região no Trevão, e temos trabalhado incansavelmente, em parceria com o governo do estado, a Nova Rota do Oeste e a bancada federal, para viabilizar esta obra essencial. O viaduto não apenas vai melhorar o fluxo de trânsito, mas também trará mais segurança para todos os condutores, incluindo motoristas de caminhão, automóveis, motocicletas e ciclistas”, destacou o parlamentar.

Thiago Silva elogiou o comprometimento da Nova Rota do Oeste e de outras lideranças envolvidas no avanço do projeto. “Parabenizo o diretor-presidente da Nova Rota do Oeste, Cidinho Santos (PP), o governador Mauro Mendes (UB) e todos os parceiros por este importante passo em direção à concretização de uma obra tão aguardada pela população de Rondonópolis e região há décadas”, afirmou.

O deputado também ressaltou o futuro impacto do viaduto na logística e no transporte da produção agrícola da região. “O Trevão é um ponto crítico que afeta diretamente empresas, trabalhadores e a população em geral. A construção deste viaduto vai garantir maior fluidez no trânsito, melhorar a travessia urbana e fortalecer a logística de escoamento da nossa produção agrícola. Essa é uma conquista que defendemos com firmeza na Assembleia Legislativa e que será um marco para o desenvolvimento da nossa região”, concluiu Silva.

Leia mais:  Guiratinga comemora 88 anos de emancipação política

Fonte: ALMT – MT

Comentários Facebook
Continue Reading

Política MT

CCJR recebe mais de mil projetos em 2024

Published

on

A Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) recebeu, em 2024, 1.011 matérias, das quais 824 passaram pela análise técnica e política do colegiado. A média foi de 2,7 projetos apresentados por dia, incluindo feriados e finais de semana. Dos mais simples aos mais polêmicos, todos os projetos que tramitam na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) precisam, necessariamente, passar pela CCJR.

Do montante registrado pela CCJR, em 2024, 631 eram projetos de lei (PL), 82 vetos total, 35 vetos parcial, 31 projetos de lei complementar (PLC), 20 propostas de emenda à constituição (PEC), 14 projetos de resolução, dez requerimentos e um projeto de decreto legislativo. Entre os pareceres, 535 foram favoráveis à proposta, 154 contrários, 103 indicaram a derrubada do veto e 13 a manutenção do veto.

A análise da CCJR dos projetos que tramitam é realizada em etapas. Primeiramente a equipe técnica analisa a matéria e faz um parecer sobre a legalidade do texto, conferindo se o projeto obedece aos princípios de iniciativa e se está de acordo com as constituições estadual e federal. Depois, o parecer é apresentado ao deputado relator, que pode concordar ou não com a avaliação jurídica. Só então o parecer é lido e colocado em votação durante reunião da Comissão. Ao todo, a CCJR é composta por cinco deputados titulares e cinco substitutos. O parecer aprovado pela CCJR é, então, submetido para votação em plenário.

Leia mais:  Credenciamento da imprensa para entrevista coletiva sobre o PPA 2024-2027 do Governo Federal

De acordo com a consultora da CCJR, Waleska Cardoso, a comissão analisa a legalidade, a judicialidade e a regimentalidade das matérias apresentadas no Poder Legislativo e, para isso, conta com uma equipe de profissionais da área do Direito que fazem toda a tramitação dentro da comissão, além do parecer jurídico. “Todos projetos recebem a análise técnica, que são acompanhadas de um resumo sobre as razões do parecer. Porém, a decisão é política, se leva em consideração a pertinência da proposta, se é uma demanda antiga da população. Quando o plenário entende que o interesse público sobrepõe a questão técnica, ele aprova uma matéria ou derruba um veto”.

A produção legislativa registrou quase três matérias por dia, incluindo finais de semana e feriados

A produção legislativa registrou quase três matérias por dia, incluindo finais de semana e feriados

Foto: Helder Faria

Em 2024, algumas pautas ganharam destaque pela mobilização da sociedade, como foi o caso do Projeto de Lei 1363/2023, que propôs mudanças na lei e a proibição do transporte, armazenamento e comercialização de pescados dos rios de Mato Grosso. A proposta foi aprovada em fevereiro deste ano e, em março, foi sancionada como Lei 12.434/2024.

Leia mais:  Apesar de 13 votos favoráveis, PEC dos Aposentados é rejeitada em plenário

“Todas as matérias que tramitam na Casa são importantes, pois representam questões sobre determinado segmento. Porém, algumas ganham mais destaques, como foi o caso do Transporte Zero, que até hoje reverbera e é tema de discussões na Assembleia”, relembra Waleska.

Durante 2024, o deputado Júlio Campo (União) presidiu os trabalhos na CCJR; foi o segundo ano consecutivo que o parlamentar esteve no comando da Comissão. Além de Júlio Campos, também compuseram a CCJR os deputados Diego Guimarães (Republicanos), Dr. Eugênio (PSB), Thiago Silva (MDB) e Sebastião Rezende (União). A suplência foi ocupada pela deputada Janaina Riva (MDB) e pelos deputados Wilson Santos (PSD), Dilmar Dal Bosco (União), Fábio Tardin (PSB) e Beto Dois a Um (União).

Fonte: ALMT – MT

Comentários Facebook
Continue Reading

Parque Berneck – Várzea Grande

Política MT

Mato Grosso

Policial

Política Nacional

Esportes

Entretenimento

Mais Lidas da Semana